terça-feira, 17 de novembro de 2015

"Ou você morre como um herói, ou vive o suficiente para ver você se tornar o vilão"

     E aí, galera! Aqui é o Porco! Inspirado pela postagem do Frango, quero discutir sobre o mesmo tema, porém mais voltado para o mundo das histórias em quadrinho. Para quem não sabe, sou muito fã de histórias em quadrinho (HQ's) e filmes provenientes dessas HQ's.



     Escolhi como título uma das frases mais sensacionais que já li/ouvi e que toca nesse assunto: "Ou você morre como um herói, ou vive o suficiente para ver você se tornar o vilão", pronunciada por Harvey Dent em "Batman: O Cavaleiro das Trevas". Essa frase traz várias questões que podem ser pensadas - naqueles momentos em que você pensa na vida, universo e tudo mais. Tenho vários momentos desses durante o dia, o que me torna um tanto distraído no dia-a-dia.
     O quão resiliente sua moral pode ser (ou é) diante de todos os "ataques" que você recebe dia após dia? O próprio Harvey Dent, o cavaleiro branco de Gotham, após a trágica morte de sua namorada, tem um surto de ódio e vingança que o cega. O código moral que ele seguia foi corrompido, tornando-se o insano Duas-Caras, que decide a vida de suas vítimas no cara ou coroa. Obviamente, quem já leu as HQ's, ou mesmo assistiu ao filme, percebe que ele já tinha uma certa inclinação para esse lado mais radical. Durante o filme, sob a simples suspeita de que alguém iria fazer mal a Rachel, ele já surta e ameaça matar um suspeito esquizofrênico, que mal sabia o que estava fazendo - manipulado pelo Coringa.
Imagem da capa de "A Piada Mortal"
                                                               
Retirado de "A Piada Mortal"
      Para quem já leu "A Piada Mortal", uma das versões para o surgimento do Coringa (não se sabe se esta é a real, já que ele mesmo diz que não lembra ao certo e prefere ter múltiplas escolhas) é a seguinte: Um comediante ruim, precisando de dinheiro, resolve participar de um assalto. No mesmo dia, a esposa dele, que estava grávida, morre. Abalado por ter perdido mulher e filho, ele vai para o assalto. Durante o assalto, a polícia e o Batman surgem; e, durante a fuga, ele se acidenta, caindo em um tonel de produtos químicos. Ele perde a coloração da pele, seus cabelos ficam verdes e seus lábios extremamente avermelhados. Muitas tragédias para um único dia, então ele enlouquece. "Só é preciso um dia ruim para reduzir o mais são dos homens a um lunático" - A Piada Mortal. Será mesmo que só um dia ruim (ruim mesmo, nível extremo) é o suficiente para corromper toda a moral de um homem? O Batman diz que o Coringa é um fraco, por isso, cedeu.


Retirado de "A Piada Mortal"
  Entretanto, a moralidade é algo que pode custar caro. O Batman tem o hábito de nunca matar seus vilões, mesmo todos sabendo o quanto isso custa em vidas inocentes, cada vez que um lunático como o Coringa aparece tocando o terror em Gotham. Mas se você parar para pensar sob o ponto de vista do personagem, baseado em seu código moral, matar alguém é errado, parecido com o código moral da maioria das culturas. É mais errado, ainda, matar uma pessoa com problemas mentais, que não consegue controlar seus impulsos, ou que não consegue compreender leis ou mesmo a moralidade. Então você pensa "Mas a insanidade pode ser usada como desculpa para atos hediondos", sim, acredito que no caso das histórias do Batman, a insanidade do Coringa é praticamente incurável, levando a pensar que ele é apenas um cara que quer fazer maldades (quem garante que não é?). Em "A Piada Mortal", o Batman mata o Coringa porque ele não vê mais solução, ele não tem cura, não tem mais jeito. Com isso, ele poupou várias vidas que poderiam ser tiradas com mais uma fuga do Coringa.



Watchmen

     Saindo um pouco do Batman, quero falar um pouco de Watchmen. Essa obra-prima das histórias em quadrinhos levanta diversas questões, tais como: a moralidade dos super heróis, os problemas sociais e mentais e tudo que um ser humano passa ao longo da vida, sendo herói ou não. O Comediante é um herói, embora já tenha estuprado uma mulher, assassinado o presidente e diversas pessoas no Vietnã, incluindo uma mulher que estava esperando um filho dele. O próprio Dr. Manhattan assiste ao Comediante assassinando a mulher grávida, mas não faz nada, pois ele está perdendo a humanidade dele, se aproximando cada vez mais do mundo atômico. E o que é a moralidade para o mundo dos átomos? Nada. O icônico Ozymandias criou um plano em que milhares de pessoas morrem, porém as guerras teriam fim - não posso falar mais que isso, seria spoiler. Quantas vidas valem o fim de uma guerra? A guerra provavelmente iria tirar mais vidas. Uma questão moral e tanto.

     Para finalizar, acredito que as leis foram feitas para que haja uma organização e a possibilidade de viver em sociedade; e, de certa forma, tapar os buracos na moralidade. A moralidade muda de acordo com a cultura em que a pessoa vive, tem a ver com a forma que a pessoa foi educada, com a religião, com diversos fatores. Logo, a lei vem para unificar isso; já que independentemente dos valores morais das pessoas, elas têm que seguir regras padronizadas, ou serão punidas. Já a moralidade tem a ver com você punir a si mesmo pelo que fez, caso você transgrida seu código moral. Lembrando que não falo como sociólogo, filósofo ou psicólogo; exponho minhas opiniões apenas como leitor de história em quadrinhos, que gosta de parar para refletir mais profundamente sobre os personagens. 


É isso aí, galera. Que os elementos zelem por vocês!!!

Porco
    

Nenhum comentário:

Postar um comentário